sexta-feira, dezembro 14, 2001

O que não agüento:

- Coroa metido a moderninho, se achando o máximo porque dá conta de usar Internet
- Gente deslumbrada com a profissão
- Gente que não se manca, que não se enxerga, faz propaganda de si mesmo.
- Gente que invoca que EU tenho problemas, que insiste em me consolar
- Gente egoísta
- Baixinhos
- Gente que termina as frases com : “certo?” “ok” “viu”? Pessoalmente, nem dói tanto, mas quando isso se repete em e-mails, me cansam os olhos!
- Gente que me envia URLs de Natal.
- Gente que vem com cantada besta, jurando que "não vamos fazer nada que você não queira"... SÓ faltava...
- Gente que não entende que não estou caçando só uma boa transa... Quem leu meus posts durante estes quase 5 meses deve ter percebido como sou seletiva.
- Gente que me cumprimenta para dizer: "Oi, tô ocupadérrimo, não tenho tempo pra vc"... Dá vontade de responder que nem o Dr. Pimpolho.. ahahah

Nossa, como tem gente pobre de espírito neste mundo!

Gente que lê as indiretas que dou aqui e nunca veste a carapuça. Hilariante! Parece até político.... ah, ah, ah!



“Final de ano sempre serve para reflexões, e ainda mais para você, que tem as emoções a flor da pele, deve ser mais estressante. Tenho acompanhado, e já não é de hoje, as idas e vindas, voltas e reviravoltas do teu coração. Sei como você é intensa nas emoções”.”Eu tento não me afetar muito com isso, e curtir minha propria familia, mas acho que faz parte da vida de todos. Já li mais de uma vez ensaios de escritores sobre a agonia do Natal... Mas de qualquer modo, espero que você consiga fazer a poeira assentar, e que teus desejos possam ir se realizando. Beijos com todo meu carinho.”

São alguns trechos do e-mail de hoje do Fábio, comentando um desabafo sobre minha agonia de final de ano. No dia 12 eu escrevi para ele:

Acho que não ando nos meus melhores dias... E o lado emocional reflete sobre o físico.
Estou numa batalha comigo mesma para superar as crises. Final de ano é uma tremenda barra para mim. No ano passado, era o meu irmão doente... concentrei-me na terrível certeza de que aquela seria a última passagem juntos. Comecei ontem a contar minha historinha de Natal... foi num Natal de 1978 que dei a guinada mais importante da minha vida, num lance cinematográfico, correndo em plena av. Paulista por volta de meia-noite para fugir do namorado. Pedi socorro a um amigo que chamou outro com quem acabei me
casando sete meses depois... Isso aconteceu há 23 anos. Diferença é que agora não posso mais fugir.”


Quando comecei meu primeiro blog, lá no Desembucha, prometi que isto não seria um muro de lamentações. E não vai ser.

Apesar desses faniquitos, eu estou feliz!

As lembranças de tantos outros natais cavocam muitas saudades, imagens do passado... cenas familiares em que se incluem pessoas queridas com quem dividimos a mesa. Considero essa melancolia normal e não uma coisa negativa. Lágrimas são inevitáveis quando me recordo das ceias em Maranduba, com as crianças pequenas. A alegria do meu cunhado... Os preparativos do meu irmão para ficar com os filhos, as programações do cardápio, presentes incontáveis. O Papai Noel (eu costurei a primeira fantasia) e o suspense todo com as crianças. Foi uma época muito gostosa. Naquela fase, só lamentava que meu pai não pudesse participar da festança, tantos netos reunidos. Agora, as ausências são muitas...


quinta-feira, dezembro 13, 2001

Terça-feira vi Julius. Como sempre, não consegui falar nada de “sentimentos”. Mas tive sensações incríveis de “comunhão”, como ele diz. Aquela coisa de olhos-nos-olhos, abraço apertado, muito apertado.

Ontem quase perdi a hora da formatura. Quando me dei conta, faltava apenas meia hora para o evento. Nunca havia ido à S. Francisco. O lugar é maior do que imaginei e o salão, austero e suntuoso. O culto ecumênico foi curto. Demorou um pouco pois foi complicado acomodar tanta gente. Consegui um lugarzinho apertado na escadaria, quase encostada no teto do terceiro andar. E andei várias quadras de salto alto. Resultado: fiquei quebrada, travada. Fui fazer uma massagem à tarde, com um profissional de shiatsu, na Liberdade. Fiquei mais dolorida, mas espero acordar melhor.

Hugo adorou o presente e o meu irmão, mais ainda. Mas o que mais fez sucesso foi o cartão, com uma caricatura feita pelo Paulo. Meu irmão chegou exausto, quase no final da cerimônia (o avião desceu às 20h30). Disse que examinou alguns verbetes e gostou. O livro é lindo, fiquei tentada, mas vou agüentar e esperar o CD.

Mandei o link do blog para um novo amigo, que me escreveu pelos Amigos Virtuais. Ele é músico. Entendeu o espírito da coisa e aprovou. Disse que vai criar um também. Havíamos combinado de nos encontrar “no escuro”, sem nos descrevermos ou trocar fotos. Mas hoje ele me enviou a URL da banda dele e eu enviei umas fotos por e-mail. Penso que não o assustei...

Mas nem todos “estranhos” compreendem o que eu escrevo. Uns entendem como provocação, principalmente com o lance da massagem. Eh, eh, eh... Outros acham que eu sou ficcionista. Claro que, de vez em quando, deixo fluir um pouco do lado ficcionista, que o texto não fique tão chato... mas garanto que não invento fatos. O que eu faço aqui é dar um colorido pessoal em coisas comuns que acontecem na vida de qualquer um.


terça-feira, dezembro 11, 2001

Eu estou feliz hoje. Vou ver Julius. Será provavelmente nosso último encontro deste ano. Ele disse que gostaria que passássemos a noite juntos. A idéia me enlouquece, mas eu tenho medo. Talvez quebre o encanto. Amanhecer não é algo muito romântico. E depois, acho que já abusei demais, na semana passada.

E amanhã tenho de enfrentar a formatura do meu sobrinho Hugo, na São Francisco. Será um evento em grande estilo, com toda pompa de uma faculdade tradicional. Meu irmão e a família estão orgulhosíssimos. Certamente, terá carreira brilhante. Só espero que não precisemos da escolta desta vez. Acho que não, está tudo calmo.
Logo pela manhã, vou comprar um presente especial. Já resolvi: será o lindíssimo e novo Dicionário Houaiss. Embora tenha lido em algum lugar que só o autor deve fazer dedicatórias em obras, pretendo escrever alguma coisa como:

"Que seja este o guia para a busca da palavra adequada na trilha da justiça"

A idéia de que faltam duas semanas para o Natal me assusta um pouco. Eu ainda não sei o que vou fazer. Minha filha vê a possibilidade de ir com o pai visitar a avó em Minas. Eu também tinha idéia de ir a Minas, ver o meu irmão bronco, dar uns puxões de orelha nele. Mas depois do lance de ele ter me pedido para quebrar galho no vestibular do sobrinho, tivemos um arranca-arrabo meio feio.

Acredito que terei coragem de passar o Natal sozinha, talvez na companhia de uma amiga. Acho que tenho algumas sim!

Minha jovem amiga artesã do Estado do Rio leu este blog e comentou:

"Oi minha linda!!!!!!
Sabe q vc reavivou minha memória, lembrei de tudo agora quando vc me contou de novo....eu lembro dele, lembro da sua amiga q partiu e lembro do carioca.....lembro até da esposa acredita!
Só não tava ligando o "nome à pessoa" Acho q minha cabeça tava quente com aquela massagem toda......=)
Conta mais tá!?
Eu viajo quando c escreve...parece q tô sentadinha do teu lado, tomando meu chazinho....e conversando com vc......demais!"


Ela também tem uma história incrível de vida. E a incentivei a fazer os relatos num blog, mas parece que está muito ocupada com a decoração da casa, a nova vida que planeja para 2002. Estou na torcida, de coração. Embora a gente não se conheça pessoalmente, há uma ligação "espiritual" entre nós.

segunda-feira, dezembro 10, 2001

É verdade! Tenho pelo menos um leitor "desconhecido". Tá certo que foi caçado meio a tapas, mas fiquei feliz em saber. Hoje recebi um e-mail do Picareta:
" É claro que eu me lembro de vc. Aliás, eu tenho acompanhado suas peripécias no blog. Eu tenho inveja de vc, que tem uma vida amorosa movimentada, escreve super bem e faz o que gosta. Quiçá um dia eu chego lá."
Conferi. Não é que estou lá, na lista dele? "Mas eu não estava completamente desligado. Lia sempre o Cantinho Terrorista, até sua recém-extinção, o Catarro, o Amigo Triste, a Surrealidade e o Soumaiseu. "

Valeu a massagem no ego!

Fiquei sem o speedy desde quarta à noite. Um horror essa abstinência. Só consegui superar graças ao encontro de quinta e muito trabalho. Mesmo assim, foi dureza ficar esperando o técnico da Telefônica, que ainda não apareceu. Já fiz até promessa a Santo Isidoro, o santo dos internautas. Mas não sei bem que tipo de promessa ele vai achar válida.

Ontem fui ver "All you need is love", uma homenagem aos Beatles. Vibrei, amei, adorei! Que gente linda, talentosa, de altíssimo astral. Sentei no gargarejo. Olhava para o cenário estrelado, deixei-me levar pelo som familiar, senti-me em êxtase.

Os novos contatos que apareceram no ICQ são dose! Mesmices, chatice total! Frases repetidas. Que falta de espontaneidade, de criatividade. Como as pessoas podem se encontrar copiando e colando textos alheios?