quinta-feira, abril 11, 2002

Quase uma semana sem postar. Gostaria de contar umas coisinhas, mas a censura não permite muitos detalhes... rsrsrsr...
Semana passada, fiquei ouriçadíssima e decidi conhecer umas caras novas pra me acalmar. De repente, topei um almoço com um sujeito de quem recebi um único e-mail. Tinha 1,90m, era loiro de olhos azuis, 85 quilos, executivo de um banco estrangeiro. Falou que colecionava carros antigos e fumava charuto. Tava na cara que era esnobação. Fazia um calor danado e escolhi um restaurante com bom ar condicionado, como o moço exigiu. Fomos a um japonês perto da João Mendes.
A estampa inicial era boa. Quando se sentou ao meu lado, a quentura do corpo dele me incomodou. O contato das mãos não causou uma sensação muito boa. Ele fazia caras e bocas. Pronunciou umas frases feitas, me mediu dos pés á cabeça, avaliando coxas, traseiro e cintura. Os comentários foram elogiosos mas não me sensibilizaram.
Fiz como sempre faço quando me dá raiva. Pedi um prato caro e me concentrei na comida. Chato foi desfilar com aquele manequim de cabeça oca e deslumbrado. Ainda bem que pelo menos ele não insistiu. Ufa!
Esse foi o mico da semana passada.

Esta semana, em plena segunda-feira, Julius mandou notícias. Eram umas 15 horas e disse-me que estaria livre dentro de uma hora. Só consegui dizer: “Ai, minha nossa!” Ele riu e disse para ligar se eu pudesse vê-lo. Às 18h, entreguei os pontos. O trabalho estava atrasadíssimo e eu estourei um cartucho de tinta. As mãos estavam todas pintadas e as unhas horríveis. Não tive coragem de vê-lo daquele jeito. Além das mãos, meus pés também estavam meio pintados por causa de um tamanquinho vagabundo que comprei no sábado. A tinta marrom impregnou meu calcanhar, que parecia sujo. E eu não achava uma lixa! Quando disse para ele que “estava enrolada”, senti um ar de decepção. Mas, como sempre, não reclamou, não lamentou. Perguntei do dia seguinte e ele falou que teria de viajar para resolver um problema no cyber. Fiquei triste e mandei um e-mail contando do meu dia cheio de trapalhadas.

Terça à tarde, ele me liga dizendo que estava vindo para perto de casa. Larguei tudo e corri pra manicure. As unhas não ficaram ótimas mas deu pra disfarçar. Fui como estava, de calça de brim e camiseta. Mantivemos a discrição, mas senti a cada toque o quanto nos queríamos. A caminho do estacionamento, entramos no primeiro hotel. Reprovado. Tentamos mais três. Também reprovados. Saímos voando e conseguimos escapar do trânsito, para chegar à Marginal. Entramos no primeiro lugar convidativo. Ufa! Foi mais uma noite de silêncios muito significativos. Apenas gemidos e suspiros. Completa sintonia. Estou ainda escangalhada. Mas muito feliz. Ainda bem que ele está recuperado! Ufa!