sexta-feira, janeiro 03, 2003

Outra mensagem linda, de minha amiga Alice:

Desejo para você um verão com brisa de mar (plagiando seu grande amigo), um outono com toque saudável de recolher e saborear os frutos, um inverno com tardes bem quentinhas e companhias agradáveis de quebrar o gelo, uma primavera bem criativa e alegre. Enfim, espero que tenha dias e noites inesquecíveis em 2003. Tente reservar um tempinho para nos ver e falar de nossas fases e estações. Muita paz, saúde e
amor pra você, sua família, seus amigos e bichinhos.


Por que as pessoas não são assim? Porque não tentam escrever de coração, em vez de enviar tantos e-mails lindamente editados, copiando frases, poemas, textos de outras pessoas, muitas vezes com autoria trocada?

quinta-feira, janeiro 02, 2003

Chorei uns cinco minutos ao ler isto, na manhã de ontem:


Vínculo de uma vida inteira, única testemunha ocular de nossa juventude estudantil: Feliz 2003!!!
O dia no Rio amanheceu ensolarado e silencioso após uma noite repleta de brilhos no céu.
Fomos todos à praia esperar o novo ano e, mais uma vez, com um quase total despojamento. Levando só o necessário: cadeiras de praia, toalhas e lentilhas. Ah, e a máquina fotográfica!
Passar o ano descalço, sentindo a água do mar deliciosamente gelada tocar o corpo, dar as mãos aos parentes queridos e ver, no horizonte, o infinito entre o céu e o oceano é fantástico. Quando a meia-noite se aproxima, a quantidade de pessoas aumenta. Fervilham em branco, prata, amarelo e bronze, na beleza que nenhum grego pensou eternizar e na breguice suburbana que Fellini assinaria sem piscar. Crianças, velhos, jovens apaixonados, matronas, pessoas de todas as tribos caminham, param diante do mar, jogam flores, velas e esperanças. Dançam em um ritual de alegria e liberdade que só consigo observar de longe. Nessa noite, não há ridículo. Tudo maravilhosamente caótico, babilônico, pagão e cristão, ecumênico.
E então, num climax, começam a surgir no céu brilhos maravilhosos que se refletem no mar, em toda orla. As pessoas se abraçam, se beijam, chegam a tomar banho de champanhe! Uma apoteose.
Outras vão ao mar e oram. Outras, como eu, vão e dão 14 pulos. Para mim e para minha amiga que ficou em casa, com a família, vendo o espocar de 2003 sobre a cidade cinza.
O retorno foi tranqüilo e, só por volta das 1h30, ceiamos. Mas já estávamos saciados de felicidade. Felicidade de estarmos juntos e com esperanças.


Vínculo de uma vida inteira...

Ainda me lembro do garoto desajeitado, meio gordinho, de camisa xadrez e calça jeans que eu conheci antes dos 20 anos. Um dia uma palavra, outro dia, duas... e logo nasceu a turma! Turma que tomava chá em final de Copa de Mundo, que suspirava diante de uma escultura, inchava os olhos com um filme, ria dos Anos Incríveis que só veríamos duas décadas depois na tv. Eram uns 4 rapazes e duas garotas: eu e uma chinesa de nome americano e cidadania holandesa. Havia também uma outra garota que amava teatro e tinha o sobrenome de uma grande empresa de ônibus da época. E uma baixinha com nome e jeitinho e personagem de Monteiro Lobato. Um dos rapazes era sósia de um famoso jogador de futebol, enquanto outro tinha pinta de motoqueiro da Juventude Transviada.

E só restamos nós...

Dois morreram de verdade. Outros... foram tragados pelo tempo!

A saudade dói sim... Mas é muito bom saber que pelo menos somos dois a resgatarmos estas lembranças...

terça-feira, dezembro 31, 2002

Sobre a passagem do ano

Os e-mails trocados hoje com Eduardo sintetizam o que eu sinto.

O que eu escrevi:

Enfim... Aqui estamos, mais uma vez, no final de um ano... e novamente a gente repetindo, relembrando. Eu tento não ser assim, mas fico muito melancólica nesta época. A cada ano que eu acumulo, tenho um arquivo maior de lembranças. E em muitos momentos, fica difícil evitar as lágrimas, um bolo na garganta...

Mas estou esperançosa! Já comprei calcinhas de todas as cores, botei lentilhas de molho e separei uma romã! E espero que você pule sete ondas a mais por mim, tá?


E a resposta dele:

Esperança, nostalgia e apreensão. São estas as sensações que tenho a cada fim de ano. Compartilho com você a esperança no novo e a nostalgia dos dias já idos, dos amigos que sabemos, não veremos mais. Mas fico com o coração na mão ao imaginar o que pode a ação dos homens frios de coração e alma. É mentalizar para que neste próximo ano uma luz, mesmo que tênue, brilhe novamente.
Tentarei pular quatorze, vinte e uma vezes, sete vezes quantas forem necessárias, para que possamos ter um ano em que cada dia não fique sem a presença marcante da felicidade.
Mas mesmo na praia, cercado por milhares, sei que continuarei me sentindo só... Um grão microscópico de poeira estelar perdido no infinito universo. E aí, sentirei uma vontade imensa de abraçar o mundo, abraçar o que já se foi e o que ainda será. Abraçar você. E girar, girar muito.
Para amanhã acordar com uma esperança renovada, com coragem para enfrentar os demais dias, os demais anos... Mas se não for sózinho, melhor! Beijos cariocas e paulistas


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Li um artigo na revista Seleções que garante que chorar faz bem. Que o ato de soltar as lágrimas faz bem à saude.
Acho que é verdade. Nos últimos dias, lágrimas têm corrido descontroladamente, seguido de um estado geral de alívio.

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Tento manter-me otimista. Tento concentrar-me nas tantas coisas boas que tive este ano. Mesmo assim, as perdas me doem um bocado. Dói um bocado pensar nas pessoas que não verei mais. Nem todas morreram fisicamente.

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Vou concentrar-me na idéia de que alguns mal-entendidos serão esclarecidos. O que é reversível, poderá ainda ser revertido para melhor.

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Eu não aguento mais a avalanche de cartões que chega por aqui!

E o pior é ver que as pessoas mandram em CCO .. e muitas dessas pessoas nem se preocuparam em alterar a assinatura original.

Não sei o que é pior vc ser alguém na lista dos CCOs ou ficar esperando que determinadas pessoas se lembrem de você.
Quando eu desejo um feliz ano novo, eu desejo de coração para cada pessoa a quem enviei um cartão...