sábado, março 08, 2003

Complementando o que escrevi ontem sobre "fowardeiros" contumazes, um trecho do comentário que fiz a um deles:

Devemos todos questionar a veracidade das informações antes de conclamarmos um "passe para todos da
lista". E quando não quiser assinar embaixo, é melhor avisar. Do contrário, eu entendo que o remetente esteja concordando e pedindo - em seu nome - que aquele conteúdo seja divulgado.


Claro que a pessoa ficou aborrecida. Ficou chateado, sobretudo com o fato de tê-lo citado (apenas o primeiro nome). Mas foi algo que fiz "sem querer querendo", referindo-me ao fato de muitas vezes a pessoa se valer do cargo, da posição, para dar peso a tantas insignificâncias que circulam pela Internet.

Digo mais: se alguém quer ter suas mensagens valorizadas deve separar o joio do trigo, colocar-se na postura do receptor.

Outra coisa: os cartões pelo Dia da Mulher. E de todos esses dias. Não, nao sou contra cartões. Mas tem gente que parece que desaprendeu a escrever! Não consegue colocar uma única frase personalizada, nada seu. E passa adiante, passa adiante... Isso tem sentido? Igual político distribuindo cartões em ano de eleição: tudo igual pra todo mundo. Vale muito mais um cumprimento personalizado. Se for sincero o desejo.


Nossa... São apenas 4 dias sem Julius.
Mas parecem eternidade. (frase mais do que feita).
Olho pro horizonte, pro pôr-do-sol, pro luar... e penso nele, com um suspiro.
Na torcida, procurando nao me emaranhar nos problemas que são dele. Sei que nosso espaço é sagrado. Mas a saudade dói sim.
Dias difíceis. Eu também estou sem grana. E a gripe me desanima.
Acordei mais sensível hoje. Deparei com um cartão de meu querido Fábio. Só então me dei conta do dia de hoje: Dia Internacional da Mulher. Olhei pra telinha e vi "Tango Golf", brava mulher guerreira de Moçambique. Lembrei-me dela, enviei os cumprimentos, embora ela estivesse n/a. De repente, voltou-me à memória tudo que sei sobre ela: o marido desaparecido, o filho de 20 anos que morreu de overdose... e também a tentativa de suicídio. Aí, lembrei-me novamente como eu sou feliz. Mesmo assim, lágrimas insistiram em escorrer dos meus olhos. Lembrei-me de minha amiga Ju: ela me dizia que há dias em que a atmosfera terrestre se faz coberta de emoção, mudando o astral. Acho que hoje é um dia assim. Aí, me lembrei do ano passado, do chilique que tive diante daquele gaúcho. Tudo nesse mesmo dia: um dia depois do dia em que meu irmão se matou. Nossa.... já se foram cinco anos!

Li a reportagem de capa da revista Época desta semana: a morte da primeira mulher de Lula. Chorei um bocado.

quinta-feira, março 06, 2003

Todo mundo deve ter um amigo que só sabe dar fowards incansavelmente. Esse amigo (geralmente amiga) recebe um poema, uma historinha de fundo moral, uma piada e pronto! Delira. Formata, bota um fundinho musical (um som alto e irritante, em ritmo acelerado), um papel de parede com efeito de espelho, gifs animados, assinatura 3D... e aí, gozam no momento supremo de dar o send!

Repararam que essas pessoinhas geralmente não lêem além das três primeiras linhas do que repassam? Aí, você um dia pega a pessoa de jeito, diz pra ela:
"Sabe aquele texto que você me mandou sobre..."
E ela nem deixa você terminar, revidando:
"E então? você gostou? Não é lindo? Reparou na música divina que eu escolhi?"
Minha nossa! O pior é que deve ser um vício contagiante. A cada dia aumenta o número de pessoas que só fazem isso. Ainda não encontrei um nome pra essa mania.
Como é que uma pessoa que mal conhece você, se rotula como amiga sua e se acha no direito a despejar tudo quanto é lixo na sua caixa postal?

Todos os dias, passo os olhos por pelo menos uma centena desses e-mails. Às vezes tento pegar pesado, dando indiretas. Geralmente essas pessoas nem sabem seu e-mail de cor. Pudera, você faz parte daquele grupo (de cco, que vira "undisclosed"). Mas essas pessoas não podem entender que você tenha outros interesses, tal a ânsia em "compartilhar" as coisas maravilhosas, os textos de auto-ajuda!

De vez em quando, mando comentários em resposta a alguns desses textos. Nunca recebi réplica. Claro sinal de que elas não lêem nada, apenas os poemas, as piadas, algo que não seja pessoal.

Cheeega! eu não quero mais ser CCO!

O pior é que, quando a pessoa lhe encosta na parede e diz: "Posso manter você na minha lista?" , você não tem coragem de dizer: "Não, me tira daí, pelamordedeus!"

Outro dia, tentei fazer uma amiga entender que a maior parte das pessoas não dá atenção a esses textos, que ela está assim se tornando uma spammer. E ela insistia: "mas eu quero dividir o que eu gosto".

Com que direito as pessoas acham que podem escolher o que você deve ler? O que você quer ver?
Se fossem novidades, tudo bem... Mas são na maioria textos que se encontram nas páginas de internet.
Na prática, o que essas pessoas fazem? Vão a uma banca de jornais, uma livraria, catam o que acham bonito e tentam obrigar você a ler. Só que, por e-mail, isso nao custa nada. Ah.. e quando se lembrar de ler um trecho, às vezes mudam um pedacinho, sem se importar com a autoria do texto original. E pior: às vezes apagam o nome do autor, mudam pra outro que acham mais bonito...

Quanta inconsequência!

segunda-feira, março 03, 2003

Pela primeira vez em mais de 20 anos, tive um carnaval carnavalesco. Acompanhei o entusiasmo da minha filha, que desfilou na Camisa Verde e Branco. Nunca imaginei que uma escola de samba fosse tão legal. Gente alegre, gente responsável, gente que se entrega à alegria, com objetivo único: conquistar a vitória para a escola.

Deixei todas as amarguras e ranços de lado. Acordei de madrugada para gravar. Mas deu maior zebra na gravação. Ainda bem que dois amigos meus gravaram. Legal também a torcida desse pessoal todo.

Valeu também retomar as aulas de História. Li sobre a Revolta da Chibata, pesquei a música de Joao Bosco: "Mestre Sala dos Mares". Achei tudo muito lindo e vibrante.
Achei linda a bateria. Achei tudo maravilhoso. Voltei aos meus 15 anos, quando pulava todas as noites, completamente esquecida do mundo.

Lembrei-me de "A Hora da Estrela", "Antes do Baile Verde".

Lembrei-me de ser feliz!