sábado, julho 12, 2003

Depois da tempestade, a bonança... ou aquele alívio que nem na piada do indiano que retira a vaca do barraco. Semanas de melancolia, pontinha de tristeza, sensação de abandono, um telefonema de surpresa em pleno feriado paulista! E uma tarde inesquecível! Eu mereci!

domingo, julho 06, 2003

Esta semana tive a sensação de que acontecia tudo de pior com muitas pessoas à minha volta.
Estava preocupada com meu amigo que faria cirurgia. Tentei manter os pensamentos positivos, mas alguma coisa me atormentava. Naquele dia (quinta-feira), nem pude pensar nele. Fui acordada com a notícia de que meu vizinho do apartamento em frente tinha morrido. Aconteceu o que muitos temem: morreu em casa. Precisei parar alguns minutos para ver que providências tomar. O convênio médico havia recomendado chamar a polícia. Optamos por trazer um médico conhecido para dar o atestado. A viúva e o restante da família dele foram de uma serenidade admirável. Gente inteligente, esclarecida e educada. São holandeses. Mas o comportamento dos coadjuvantes em volta desse acontecimento me irritou muito. Muito mesmo. Uma pessoa, que foi à cremação, chegou a comentar: "Foi uma cerimônia muito bonita. Você deveria ter ido".

Por que diabos as pessoas se acham no direito de dar esse tipo de palpite? "Deveria" por quê? Não fui convidada.

Como disse, são pessoas a quem admiro e respeito muito. Mas não somos amigos, não são íntimos. São pessoas reservadas e formais. A idéia que eu tive é de que se sentiriam mais à vontade entre eles e minha presença não faria menor diferença. Achei cruel ir apenas movida pela curiosidade.

Segui o conselho de minha irmã e resolvi me poupar. Pra que enfrentar situações desagradáveis? Não é "dividindo" tal momento que vou amenizar a dor dos familiares.

A uma dessas pessoas da vizinhança, havia comentado que iria visitar minha amiga no hospital. Deu azar de encontrá-lo, na rua, quando ia saindo. E não é que ele me pergunta se estou indo ver a amiga? Como as pessoas podem ser tão intrometidas? Por que devo ficar me explicando a essas pessoas? Chega!

Na noite de quinta, quando cochilava em frente à tv, o telefone tocou. No começo, achei que o som era da novela. Na dúvida, atendi. A voz do outro lado começa me dizendo pra não me assustar. Nada mais assustador do que isso. Minha amiga Rita estava sendo internada. Resumindo: passei a tarde de sexta com ela, no hospital. Evitei falar do problema e tentei botar a conversa em dia. Fiquei sensibilizada ao saber que ela me considerava tanto. Legal isso. Levei biscoitos, balas e lascas de gengibre. Acho que ela gostou.