quinta-feira, agosto 21, 2003

Tô trabalhando estes dias feito uma alucinada. Nova corrida contra o final do mês. Repito o mantra de sempre: "Vou conseguir!"
A velha Lei de Murph: as pessoas legais aparecem disponíveis para papo online nas piores horas. Aí, não tem jeito, né? Dependendo de quem, interrompo o que estou fazendo. Afinal, o que estou fazendo não tem hora. E se as coisas fossem tão urgentes assim, por que fico conectada? Boa pergunta. Resposta: fico conectada esperando que apareça alguém interessante que mereça que eu interrompa o que estou fazendo!

Mas hoje não interrompi o que estava fazendo para dar atenção a alguém que merecia. Ele é um dos oito leitores deste blog. Como ele não abre os e-mails, o único jeito de passar o recado é por aqui. Bom... Eu falei pra ele que estava vendo a minha novelinha. Quando voltei para dizer o quanto estava com saudades e preocupada com ele, o cara tinha ido embora. Eu sei que ele não me deu o telefone por pura distração. Que pena. Se tivesse o número, estaríamos conversando agora... Outro dia quase bati na porta da casa dele.´(Mora a três quadras de onde eu moro).

Já tive meus momentos de fúria semanal, por conta de mais um vírus. Também minhas crises de melancolia. Falta um pouco de alegria, né? Quem sabe, amanhã acontece algo bom!

quarta-feira, agosto 20, 2003

Comprei "Perdas e Ganhos", de Lia Luft. Maravilhoso. Acho que não falei isso antes: eu me identifico muito com ela. Nos pensamentos, nas atitudes corajosas. Pelas idas e vindas. Os textos são muito especiais. Ainda não entendi por que eu gosto tanto de escritores gaúchos. Não é pelo ambiente. Deve ser pela maneira de construir as frases (não falo de regionalismo). Ou talvez seja porque o primeiro escritor por quem me apaixonei foi Érico Veríssimo.

Por falar em Literatura. Ai, ai, ai... Como é difícil esse professor! Esqueci de contar que outra noite fiquei horas escutando a rádio "dele" e só consegui escutá-lo no dia seguinte, depois de explicar o problema pelo MSN.
Ah! Para que não confundam, devo esclarecer que tenho muitos amigos virtuais que são professores. Um deles é o Renato, que conheci ainda nos tempos da BBS, quando ele era estudante de Matemática. Nos conhecemos ao vivo depois de uns dois anos de papos, há uns cinco anos, e ainda nos falamos. Nos vimos duas vezes: uma pra pegar um CD e outra, quando fomos à Fenasoft. Outro é professor de Geografia. Não diz coisa com coisa. Nunca o vi e faz algum tempo que o botei no invisível. E finalmente, surgiu o professor de Literatura do interior, que tá me deixando completamente bloqueada para escrever! Não é um absurdo? Quando "falo" com ele, tenho a impressão de que estou escrevendo tudo errado, principalmente nas pontuações. Logo eu!

Tem ainda os que são professores para complementar a renda. Um desses é de Direito. Desde que teve um problema cardíaco, confesso que tenho medo de sair com ele. Nossa....Já tive até um pesadelo com esse tipo de situação. Já pensou se o homem enfarta? Toc, toc, toc!

Há um professor de Economia que não gosta que o cite aqui, talvez temendo ser identificado pelos alunos (eh, eh, eh!). Eses é muito arcaico. Espero não ficar assim!

Muito mais velho na idade do que esse, tem um outro. Famoso Mestre em Direito. Esse é muito jovial. Cheguei a duvidar que fosse o próprio quem tecla comigo. Ainda não nos vimos, a não ser na tevê, quando tinha um programa na Baixada. Acho que são os filhos pequenos que o deixam remoçado. Confesso que tenho medo de encarar esse homem cara a cara. Minha vida poderia se complicar. Ele deu um emprego à filha de um casal de amigos meus. Fiquei preocupada com o entusiasmo da mocinha, com idade pra ser neta dele. Lembrei do lance do Michel Temer. Minha nossa!

Estou inquieta, estou preocupada, esquisita. Para cumprir a promessa de não tornar este blog um muro de lamentações, tenho ficado quieta. Do mesmo modo que mantenho o silêncio quando não tenho nada legal pra dizer.

Mas não pensem vocês que eu esteja triste.
Estou curtindo um pouco longo papo com meus botões. Quando não trabalho, ando refletindo. A tal "síndrome da meia-vida", explicação dada pelo meu amigo Doctor, está indo. Pelas contas dele, consegui atravessar a parte mais difícil. Nessa primeira etapa, fui atingida por três perdas muito significativas. Mas não questiono o inquestionável. Aborreço-me, sim, com alguns comentários levianos. Esta semana, o assunto voltou à pauta com uma interminável discussão sobre o suicídio do desenhista Sampaio. Quem nunca viveu o drama analisa o problema muito superficialmente. Todos julgam. E por tabela, parentes dos que ficaram são julgados.

O fato me fez lembrar de um outro desenhista. Ele se suicidou na noite de Natal. Sem motivo aparente.

Tem sentimentos que são para serem vividos. A dor, a saudade. Faz parte. É uma necessidade. Saudade é dolorído, mas um sentimento bom. É a saudade que nos faz valorizar a presença de quem a gente quer por perto, quando nos é permitido tê--la. Ninguém pode exigir a companhia de ninguém. Dar a liberdade faz parte do exercício de amar, de ceder, de conceder. Pode-se amar na ausência também. Pode-se? Claro que sim, tanto aqueles que vamos rever amanhã, como os que nunca mais veremos.

Hoje é aniversário de alguém especial. Há quase 25 anos que não o vejo. Não o esqueci, apesar de ele ter me sufocado. Um dia, ele disse que ninguém me amaria tanto. Certamente, não mentiu. Pena que foi de uma maneira tão complicada...

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