sexta-feira, agosto 13, 2004

Sexta 13 é meu grande dia de sorte. Algo de muito bom há de acontecer! Já acordei com melhor astral hoje, apesar de dormir gostoso e ter um sonho muito estranho.
Sonhei que meu avô havia morrido. O fato estava acontecendo na época atual. Mas, na realidade, meu avô morreu quando eu tinha apenas dez meses.
Que será que isso significa?

Sexta também é o dia em que todos ficam felizes antecipando o final de semana. Eu fico atarantada, pensando na cozinha. Antes, nao era assim. Mas desde que minha filha foi pro quartel, minha vidinha virou de ponta-cabeça.
Nos finais de semana me lembro do período em que voltava carente pra casa, com maior vontade de comer a comidinha da mamãe, que nem era lá essas coisas. Me lembro também de como eu ficava aliviada quando ela desencardia minhas roupas e passava impecavelmente. Ah, isso ela sabia fazer muito bem! Recordo-me de como ficava triste quando isso não acontecia. Da barriga no tanque de cimento, lá no Jardim Bela Vista. Das roupas estendidas naquela área cheia de fuligens, na senador Queirós, da confusão na república da Cardeal. Aí, me veio a cena do almoço na Antônio Paes, onde morava uma colega do cursinho. Nossa, como a mãe dela cozinhava bem! Pobre dona Wanda...
Agora vou procurar lãs.. espero não voltar tosquiada. São 10h12!

* * * *

Chegou mais um "relatório" da minha amiga mais antiga, aquela que por isso se acha no direito de ser também minha principal confidente. Isso mesmo, a que se recusa a ler o blog por ser uma coisa assim "tão pública".
Estou aborrecida pois terei de fazer um esforço fora do normal para responder sem ser ferina. Vai ser uma tortura, mas não quero que ela fique triste...
Ela conta dos concertos populares na Cidade Maravilhosa, do maravilhoso namorado e do Dia dos Pais. Todos temas que não têm nada a ver comigo!
Desta vez, não darei o troco falando da minha filha, da nova digital, dos novos amigos. Não sou tão vingativa assim...

Acho que farei um maravilhoso cachecol para Eduardo. Estou estudando as cores... Fiquei com vergonha de ver outro dia o que dei pra ele há mais de 20 anos. Nossa, eu tinha um gosto muito duvidoso... Ou seria a moda?




quarta-feira, agosto 11, 2004

Tô que não me agüento. Não é tpm.
Pra pessoas que torcem o nariz pros meus gatinhos, ó!

Nise da Silveira: "Cultivo muito a independência. Por isso gosto do gato. Muita gente não gosta pela liberdade de que ele precisa para viver. No circo você vê tigre e urso, mas não vê um gato. O gato é altivo, e o ser humano não gosta de quem é altivo."

terça-feira, agosto 10, 2004

Foi aniversário do meu amigo mais velho, o síndico. Isso me faz lembrar que este blog acaba de completar três anos. Pena que não consegui escrever dirariamente, como pretendia. Mas, pra compensar, houve dias - como hoje - em que escrevi por muitos dias.

Mas não gosto de mim nesta "fase luiz". Nem tô me reconhecendo!

Deve ser porque meus leitores em tempo real não apareceram hoje. Até o Professor do interior que gosta de gatos me abandonou... É o frio!

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Pela segunda vez em poucos dias, dei "bolo" em Julius.

Também não tô me reconhecendo!

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De novo a velha discussão que uns tanto gostam e outros abominam. Mas que deve passar pela cabeça de todo macho pelo menos uma vez por dia.

O será que leva um homem a falar nas suas medidas? E como será que eles medem o dito cujo? Onde será o ponto de partida? Pelo diâmetro? Pelo raio? Pelo perímetro? Vai saber...

Um velho amigo, que volta e meia bate na mesma tecla, me perguntou se é verdade que a grossura é mais importante que o comprimento.

Pra quem tem alguma dúvida: Claro que tamanho é documento! E nem me venham com comparações com peitos e bundas! Também não adianta dizer que "tanto faz"!

Nesta hora, os caras contam aquela velha piada sobre o tamanho do carro e da garagem!

E também alguns se vingam perguntando se eu tenho aquilo de atravessado.

Bom... Ninguém precisa ficar ofendido. Mas a verdade é que quem estiver fora do padrão tem de se esmerar na performance!

Acho que o recado tá dado... Bunitinho, ne? Falei com jeito. Ninguém pode me criticar. Eh, eh, eh!

É... foi pra chocar, sim!
Mas falei o que penso sobre o tema.
Uma vez por ano, tenho direito de fazer isso!

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Os arquivos deste blog estão embaralhados. Mas eu tenho medo de mexer e piorar a situação. Ou pior: perder tudo. Socorro!
Luiz, gostaria de ser disciplinada e cuidadosa feito você. Sim, claro que você pode ser um adjetivo! Pode até ser sinônimo ou ícone!
Te falei que vi seu retrato naquela sua fase "xicória" (ou seria chicória?). Por falar em "x"... Chale tem tudo pra ser com "ch". Outra palavra que tem cara de "ch" é cocha. Principalmente cochinha! Vamos perdoar o coleguinha!

Recadinho:

"Barão... Seu cartão chegou. Confesso que fico sensibilizada e dá até vontade de vê-lo. Mas não quero criar falsas expectativas. Só se fosse um café e uma conversa pra jogar fora. Ainda não entendo essa sua história de não ter acesso a nenhum e-mail e só poder ler este blog. Bom... Pelo menos eu sei que tenho um leitor. Eh, eh, eh."

Claro que isso tudo mexe comigo... Fico pensando no que pode ter acontecido nestes dois anos e meio... Isso não é normal!

Voltei a conversar com "Ti". Agora ele está trabalhando e fica pendurado no ICQ o dia todo. Às vezes dou um oi pra ele. Foi morar com uma garota que tem um gato e uma filhinha de três anos. Parecem felizes. Tomara que sim.

Outro dia quase telefonei pro Carioca. Tive vontade de pedir de volta a mala que "emprestei" pra ele. Até hoje não entendo como alguém pode ser tão displicente. E também não entendo como eu fui tão desprendida com esse cara. A velha história: "o amor nos deixa surda, cega e burra!"

Não teria nada demais o cara se esquecer de devolver a mala. Mas usá-la?

Bom pra eu aprender: nunca mais terei uma mala de couro feito aquela. Acho que nem na Argentina fazem mais.

Lembrei disto agora porque tudo aconteceu num mês de agosto... Sempre que passo em frente a aquele hotel, me lembro dos dias. Foram bons, sim. Agora, parecem cenas dum filme surrealista.

Outra coisa que me ocorreu: Não posso acreditar que aquele "menino" tenha virado a bandeira. Vai ver que foi tudo mentira. Ainda não sei se do pai ou do filho. Eu sou mesmo idiota. Desconfio de tantos e acredito em cada um... Que raiva!



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Viram? Só agora reparei que posso mudar as cores.

segunda-feira, agosto 09, 2004

Parece que arrumei um novo leitor. Só não sei se ele acredita muito em mim. Também, com tanta gente maluca que tem neste mundo, não o condeno se me tomar por mais uma. Mas estou em fase de sinceridade quase que total.

Estou em fase hipersensível. Eu me vejo na minha filha, na minha mãe, na minha irmã. Eu me vejo em todos os defeitos delas e me indentifico com elas nas variadas fases da minha vida! Às vezes esses espelhos me chocam!

Como não sei mais fazer link, reproduzo, a seguir, um texto lindo de Cora Rónai, que saiu na revista "Cláudia" deste mês. Eu assinaria embaixo, com a diferença de que "só" tenho 3 quadrúpedes e "apenas" meia dúzia de livros sobre gatos. E eu adoro presentear as pessoas com manekinekos.


Pequenas felicidades quadrúpedes

Minha casa é uma casa temática. Há fotos de gatos em porta retratos, esculturinhas de gatos dos mais variados tamanhos feitas em todos os materiais imagináveis, uma coleção de maneki nekos, gatos diversos pintados em louças, enfeites e no colo de cada uma das matrioskas que eu trouxe de Moscou. Há naturalmente um gato de porcelana, como no tango, e um gato de bronze, placidamente deitado sobre uns livros, para prender a porta. Há também uma prateleira inteira numa das estantes, exclusivamente dedicada a livros sobre gatos. Da última vez que contei, eram mais de cem.É lógico que não decidi que a minha casa ia ser assim. Todos esses gatos decorativos e imaginários foram se juntando aos poucos ao meu redor, mais ou menos como se juntaram os sete gatos de pelo e osso que hoje me dão o prazer da sua companhia. Muitos chegaram como presentes de Natal ou de aniversário, outros vieram de lembrança na bagagem dos amigos, alguns me conquistaram em viagens ou na lojinha da esquina. Gatos têm disso, mesmo quando não são de verdade.De todas essas coisas felinas, grandes ou pequenas, poesia ou prosa, a que mais gosto, disparado, é um verso do Neruda:?Tudo é imundo para o imaculado pé do gato.?Nesta frase está, para mim, a essência da sua elegância. Nada está, jamais, à altura dos seus pés delicados, das patas que tudo testam antes de pousar, cheias de cuidados ? da grama do jardim ao mármore da mesa, do tapete oriental de 600 nós por centímetro quadrado ao capacho da entrada, passando pelo sofá (bege), pelas almofadas (brancas) e, lógico, pela cama recém-arrumada que se dignam a dividir com a gente. Às vezes, porque nem eles conseguem ser perfeitos, toda esta precisão acaba numa cena cômica. Poucas criaturas têm tanto senso do ridículo quanto os gatos, e é muito engraçado ver como tentam se convencer ? e nos convencer ? de que nada demais aconteceu. Conviver com eles é uma constante lição de observação e um encanto permanente; é, também, um aprendizado de bem querer, em que o grande segredo é o respeito às diferenças individuais. Ao contrário do que imaginam as pessoas que não os conhecem, os gatos são extremamente amorosos e dedicados. Apenas não são subservientes -- no que, aliás, estão cobertos de razão. Subserviência não é uma boa base para nenhuma relação.Adoro a sua companhia, e me sinto honrada por me distinguirem com seu carinho, sua amizade e sua fenomenal intuição: estou convencida de que aqueles bigodes todos são antenas para captar vibrações. Quando percebem que estou triste, juntam-se ao meu redor e fazem o que podem para me alegrar; quando acham que já dei atenção demais ao computador, plantam-se em frente à tela ou dão pequenos puxões na minha roupa, para que eu me lembre de que há coisas mais importantes para se olhar na casa. E há mesmo. O melhor é que, apesar de lindos (e vaidosos), eles sabem que beleza não é fundamental; fundamental mesmo é delicadeza, essa qualidade tão em falta na vida humana.(Revista Cláudia, agosto de 2004)
Comentário do meu amigo:
"Não resisti a te escrever depois de ler sua mensagem sobre suas peripécias no ônibus. Como me identifiquei! Passo a maior parte da minha vida indo da casa para o trabalho e vice-versa. Não seria nada se não cortasse a cidade de lado a lado, percorrendo bairros e cruzando o centro antigo todos os dias. E como há histórias para contar, como existe gente diferente, personagens misteriosos, conhecidos até, que se cruzam por pequenos minutos nos ônibus, vans e metro. Apesar de nunca se cumprimentarem, nem mesmo se olharem, noto diariamente pessoas que se encontram e se separam no metro pela madrugada e à noite. O sr. idoso que desde a van e do ônibus corre para descer a frente dos demais, a senhora baixa e obesa que fica com os olhos fechados até chegar à estação Sé do Metro, a moça ruiva e pálida que vem dormindo no banco reservado para idosos, o rapaz alto que entra sempre no primeiro vagão com agasalho e carregando um cabide. Estará levando um terno, um uniforme? Nunca saberei. E aquele senhor manco lendo um livro entretido? Qual livro será? Tento ler mas não consigo. O metro pára e ele salta. No ponto, madrugada ainda, todos os dias, como um relógio, vejo passar a senhora magra que vai comprar pão, o rapaz de casaco pesado e escuro mas que revela um par de de sapatos de verniz bicolor e com salto alto a cada passo. De onde estará vindo às 5h40? As "meninas alegres" no lado errado da Augusta tentando seduzir os últimos homens da madrugada. O oriental que pedala solitário da academia que anuncia com sua iluminação fria o início da manhã.Eu de olhos fechados, sei que no próximo ponto, meu amigo e pesquisador peruano vai subir no ônibus dando bom dia a todos e fazendo comentários sobre o tempo.E por aí vai... atendentes de hospitais, técnicos de laboratório, seguranças, estudantes, pedreiros, pessoal de limpeza, cada um vai saindo de casa e se diringindo ao trabalho como um exército silencioso ( e neste horário da manhã é bom que o seja ) a ocupar suas posições. Muitas vezes sinto um enorme carinho por essas pessoas anônimas. Peço a Deus para abençoá-las na imensa, vasta mediocridade de vida que levamos, abandonados quase que a própria sorte pelos poderosos, sem educação, sem saúde, limitados a procurar sobreviver silenciando muitos desejos. Mas sei que se tentasse abraçá-los seria taxado como louco ou perturbado.Também acho que escrivi demais para quem está tão atrapalhado tentando fechar um evento para daqui a 20 dias!"
Devido à preguiça, vou postar aqui um e-mail que enviei na manhã desta segunda para "Eduardo". Só eliminei uns nomes citados, por motivos óbvios.

Não telefonei pra você no último final de semana, como costumo fazer porque estava congelada e numa crise de muito mau humor. Mas até que o Dia dos Pais foi bom. Fomos almoçar na Liberdade, pra variar. Mas as perguntinhas de sempre das amigas chatas me aborreceram. Existem pessoas que estragam seu dia só de mostrar a cara pra você. Reparou? Na quinta-feira decidi ir de ônibus até a casa da minha irmã, que mora no Aeroporto, e fiquei três horas no trânsito! Não, não foi só culpa da Marta. Eu que não me dei ao trabalho de checar o novo itinerário do ônibus Jardim Miriam. Perdi a vontade de perguntar depois que cheguei ao ponto e dei com uma mocinha encostada na pilastra. Como não sabia se ali era o ponto certo, pedi a ela para desencostar para que eu pudesse ler. Ela deu uma giradinha, voltou ao mesmo lugar e ficou rindo, enquanto proseava com uma amiguinha. Deviam ambas ter menos de vinte anos. Subi, me acomodei num banco ensolarado e me limitei a escutar conversa alheira. Dei sorte de me sentar à frente de uma negona que contou historinhas interessantes. Acho que ela trabalha na Secretaria da Ciência e Tecnologia pois disse que é funcionária estadual. Percebi que o ônibus esvaziou quando chegamos em frente ao Hospitala do Servidor, mas eu continuei, esperando contornar o Ibirapuera e retomar a 23, onde deveria descer. Quando dei por mim, estava na Vereador José Diniz. Dali a pouco, av. Santo Amaro... Pensei em descer logo e pegar um táxi, mas como não tinha pressa de chegar ao destino, fiquei ali até avistar um ponto na direção oposta. Resumindo: voltei pela Brigadeiro até a Paulista, onde peguei o velho ônibus Aeroporto, agora pintado de azul. Cheguei por volta de 16h na minha irmã. Minha mãe estava tirando um cochilo. Minha irmã me recebeu bem, mas não consegui me sentir à vontade com minha mãe. Fiquei espremida entre as duas. Ou melhor, entre as três, pois tinha também minha sobrinha. Na sexta, minha filha chegou gripadíssima. Pra variar, trouxe uma pasta cheia de códigos e outros livros pesadíssimos, mas não estudou nada. Precisava também fazer um trabalho de Filosofia. Fiquei com tanta pena, que eu acabei dando uns tapas no texto. Acho que fiz isso porque eu tive sempre muita inveja de quem tinha pais que ajudavam nas tarefas escolares. Aí, me lembrei de uma vez em que meu irmão fez rapidamente um parecer sobre um acórdao, para um trabalho do Costela (acho que você não o conheceu pois lecionava legislação apenas para turma de Jornalismo). Nossa, eu fiquei tão aliviada naquele dia. Se não fosse ele, acho que eu teria ficado em mais uma disciplina! Bom... até que consegui enganar bem no texto sobre Descartes. Mas quando eu tinha menos de vinte anos, acho que nem consegui ler!