quinta-feira, setembro 01, 2005

Todo mundo sumiu

Tenho a sensação de que todos meus supostos leitores andam muito ocupados. Ou vai ver que não escrevi mais nada que os motivasse a comentar...

De repente, o tempo virou na tarde de ontem e acordei de manhãzinha com barulho de chuva. A chuva me tranquliza, principalmente se tiver um friozinho. Nessas horas, queria ser gato, pra me deitar enroladinha em algum canto. Se pudesse, botaria as patinhas nos olhos e esqueceria o mundo...

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Anteontem, fui visitar um amigo com problemas no computador. Fiz isso, apesar de ter-me prometido que nao botaria as mãos na máquinha alheia. Foi legal pra botar conversa em dia. Faz falta papo furado. Mas o computador, não consegui diagnosticar. Abri a CPU e dei com a ventoinha caída. Fora colada diretamente no processador, sem presilhas. Coloquei a ventoinha em cima, com a CPU tombada. Mesmo assim, o computador ligava e desligava sozinho. Tentei remover os pentes de memória, mas por mais que tentasse, não consegui tirar do lugar Tive que entregar os pontos e chamar um homem! O carinha desmontou tudo, revirou e concluiu que era a fonte. Mais a ventoinha e a mão-de-obra ficaram em 100 reais.´Impressionante como esses mocinhos são preconceituosos! Tratam a gente feito imbecil, por causa da idade e por ser mulher! Bah!

quarta-feira, agosto 31, 2005

Não compreendo...

... as pessoas que recebem um e-mail pessoal e não se manifestam. Depois, têm coragem de dizer, por telefone, que leram. Não me refiro a pessoas com dificuldades de escrever e sim pessoas que trabalham com comunicação Vez ou outra podem ser dificuldades técnicas. Será que é tão difícil dar um reply, clicar em responder? Sinceramente, acho baita desconsideração!

Por falar em desconsideração, mais uma vez me enviaram o texto Idade de ser feliz creditado a Mário Quintana. Lembro-me de tê-lo recebido e encaminhado há uns dois ou três anos. Depois de dar o foward, senti algo estranho e fui conferir. Constatei outra paternidade, de um certo Geraldo Eustáquio, autor de livros de auto-ajuda. Desta vez, resolvi ir a fundo. Escrevi para a Casa de Cultura Mário Quintana e também para Betty Vidigal, da UBE, para darem seus atestados.
Parece implicância exagerada. Mas não sou única maluca. Temos de defender os direitos morais dos autores, principalmente escritores e poetas profissionais. É uma afronta muito grande. Depois das minhas broncas, quase pude visualizar aquele sorriso maroto de Quintana e lembrei-me de Érico Veríssimo dizendo que o poeta era na verdade um anjo disfarçado.

O "Apreciador"

A curiosidade não mata apenas o gato. Pombas são seres extremamente curiosos. Se o misterioso não enviar mais pistas, vou me depenar toda!

Hoje

Foi um dia de turbilhão de sentimentos. Altos e baixos. Alegrias e tristezas. Surpesa boa e decepção. Vai ver que a Lua está de ponta-cabeça em Escorpião!
Passa um pouco da meia-noite... o famigerado mês de agosto acabou.
Fazia algum tempo que não derramava lágrimas. Hoje escaparam. Com vontade. Acho que foi uma necessidade, diante da poluição.
Já é outro dia!

terça-feira, agosto 30, 2005

Não se confunda!

Assim como a garota que usou seu fotolog de gatos para manifestar a dor pela perda do pai, as mensagens deste espaço mudaram de tônica nos últimos meses. É um reflexo da alteração de valores na minha vida.

O mais sensato é dizer "sim" no dia 23 de outubro.

Se isso vai mudar alguma coisa? Vai diminuir a violência? Reduzirá os assaltos?

Não sabemos.

O que podemos ter certeza é de que certamente morrerão menos pessoas. Inocentes ou não. Criminosos ou não.


Com mensagens do tipo: "Proteja sua família, vote não"; "Preserve sua liberdade, vote não"; "A história mostra que o governo abusa do monopólio das armas" , circula por aí uma propaganda muito bem bolada contra o desarmamento. Sim, muito bem bolada pois o objetivo é confundir as pessoas. Mesmo quem for contra o uso de armas poderá ser levado a dizer não ao desarmamento, que significará sim ao comércio livre de armas.

Transcrevo aqui uma resposta que enviei a uma pessoa que me repassou um desses e-mails, com 20 "cartazes" invocando as pessoas a votarem não no dia 23 de outubro.

"Se vc me repassou este e-mail conscientemente, espero que tenha sido por má interpretação da mensagem, que é favorável às armas. Essa mensagem tem o objetivo de nos confundir quanto à forma de votar.Todo mundo que é contra a violência, balas perdidas e morte injusta deve votar SIM ao Desarmamento, pelo fim do comércio de armas e revólveres em casa.
Se eu não tivesse vivido o que vivi, certamente votaria por uma alternativa ou outra, sem pensar direito. Mas, como alguém que perdeu um irmão, que se matou com um tiro no ouvido. Um único e fulminante tiro, que entrou por um lado e saiu pelo outro, num único segundo impensado, tenho que defender o SIM ao desarmamento!
Fatalidade ou não, se ele tivesse que sair de casa, procurar uma ponte ou edifício alto pra saltar ou mesmo sair tresloucadamente de carro, o ímpeto poderia ter esfriado. Poderia ter conversado com alguém, poderia ter olhado para os filhos, pensado nas consequências e a vontade de morrer teria passado. Do mesmo modo, num instante de grande tristeza, desalento ou raiva, qualquer um de nós pode ser impulsionado a pegar uma arma e mirar contra a própria vida. Num impulso raivoso, pode atirar em quem está por perto, amigo, inimigo ou mesmo pai, filho ou irmão, num gesto semelhante ao que nos leva a bater em alguém, gritar ou mesmo virar um copo de uísque...
Mensagens como a que você me enviou podem levar pessoas inconsequentes a ter gestos equivocadas na hora doreferendo. Mesmo gesto impensado que pode levar a apertar um gatilho."


A seguir, texto de um amigo meu, oficial da PM, da reserva:

Desarmamento
Circula pela internet nos últimos dias um e-mail intitulado "Desarmamento: a alegria do crime". A autoria dessa matéria "cultura e informativa" só pode ser de alguém ligado à indústria das armas. Os dados citados, mesmo que sejam verdadeiros (não disponho de informações suficientes para confirmá-los nem negá-los), procuram levar o cidadão leigo e de boa-fé a acreditar que estará mais seguro se tiver uma arma de fogo em casa. Os números mostrados parecem querer demonstrar a necessidade de a população ordeira estar armada. Mas... será que são verdadeiros? Se forem, não haveria outros fatores a contribuir para a alegada mudança do quadro estatístico?Curiosamente, mas não por coincidência, nada foi citado a respeito do Japão, onde até a polícia trabalha desarmada (exceto as tropas de choque e os efetivos ligados à criminalidade mais pesada), e são inexpressivos os índices de crimes provocados por armas de fogo.Trabalhei durante vinte e seis anos na Polícia Militar paulista e nunca utilizei arma de fogo, exceto quando me encontrava em serviço. Sem falsa modéstia, sempre fui um dos melhores atiradores em todos os lugares onde trabalhei. Assim mesmo, agora que me encontro na inatividade, nem quero pensar em ter arma em casa, pois não tenho a menor dúvida de que, ao ser surpreendido por um ladrão armado, dificilmente uma pessoa dispõe de tempo para sacar a arma e defender-se, por mais à mão que ela se encontre.Questionar por que os policiais, juízes e promotores poderão continuar utilizando armas de fogo é uma asneira sem tamanho: todos sabemos que esses profissionais estão diuturnamente lidando contra o crime e precisam, no desempenho de suas funções, estar protegidos. Lembremos, uma vez mais, que quase nunca é possível utilizar a arma de fogo quando se é pego de surpresa pelo criminoso, mesmo se se tratar de um desses profissionais.Você tem arma de fogo em casa? Bem, se você não possui arma de fogo, que motivos terá para ser contra o desarmamento?O autor da mensagem a que me refiro usa de má-fé ao dizer que nos países citados foi desarmada a população ordeira e o mesmo quer nosso Governo Federal. O que se fez foi retirar de circulação armas de fogo que cairiam em mãos criminosas, o que também acontece no Brasil em grande escala, pois as pessoas que possuem armas de fogo em casa, em sua maioria, não sabem sequer guardá-las em locais seguros e, por isso, elas acabam abastecendo ainda mais os infratoes da lei e da ordem.O comércio de armas de fogo no Brasil rende muitos dividendos aos fabricantes. Rende até impostos aos cofres públicos, mas ao mesmo tempo provocam tragédias que só quem as viveu ou presenciou é capaz de imaginar o quando são doloridas.Portar arma de fogo exige preparo (técnico e, principalmente, psicológico). Usá-la, então, exige muito mais do que o preparo: exige a necessidade de seu uso, mas isto vez por outra é desprezado até por quem tem o dever legal de conhecer. Se não fosse assim, não teríamos disparos indevidos de armas de fogo por policiais em serviço. A linha que divide o permitido do proibido é muito tênue, podendo ser rompida com facilidade e, quando isto acontece, as conseqüências são nefastas.Não tenho e não quero ter arma de fogo, pois sei que não tenho necessidade dela. Quem acredita que é melhor uma arma na mão do que um policial ao telefone está tão desinformado que precisa consultar melhor as estatísticas. Uma coisa é ter a arma na mão; outra, bem diferente, é saber e poder utizá-la no momento certo e sem prejuízo para si mesmo e para outros inocentes.Afirmar que "com armas, somos cidadãos e sem armas, somos súditos" é outra falácia. Com armas, temos uma falsa sensação de segurança; quando elas nos são roubadas pelos criminosos, estamos mais inseguros e eles estão ainda mais armados.O fato de os criminosos estarem armados não é justificativa para que as pessoas comuns do povo -- ordeiras e sensatas -- também estejam. Se os bandidos estão armados, nós, cidadãos, temos o direito de exigir que os governantes cumpram seu dever de equipar os órgãos policiais para que os desarmem. Que se aumente a fiscalização nas fronteiras, nas vias de transporte (aérea, rodoviária, marítima, fluvial), nas estações de embarque e desembarque de passageiros em geral (aeroportos, portos, estações rodoviárias, ferroviárias), nos bares, nos morros, nas favelas... Enfim, onde se possa encontrar uma arma de fogo, lá deverá estar a polícia e desarmando quem quer que seja. E que promotores e juízes também cumpram seu papel e mantenham confinados os criminosos presos pelas polícias em geral.Crianças morrem de fome, gestantes não têm um acompanhamento pré-natal satisfatório, famílias passam necessidade, a educação e a cidadania não chegam às pessoas mais carentes... Enquanto isso ocorre à nossa frente, nossos governantes gastam anualmente milhões e milhões de reais nos hospitais públicos -- ou seja, nosso dinheiro -- por causa das malditas armas de fogo.Se você votou errado nas últimas eleições, certamente lhe veio o arrependimento; isto, porém, tem conserto: pense melhor nas próximas eleições. Mas, no dia 23 de outubro deste ano, o seu voto valerá muito mais: se votar errado, poderá sofrer as conseqüências de seu ato impensado. Portanto, vote SIM à pergunta sobre o desarmamento.
Lembre-se: a vida não tem segunda via; a morte não está sujeita a impeachment. N.B.S - Major da Res erva da PM - Gra duando em Letras na U nesp - Ara raquara - SP



segunda-feira, agosto 29, 2005

Razão dos nomes

Hoje, em plena segundona, parei pra dois dedos de prosa no Msn. Falamos sobre nomes, Lúcia e eu. Mais especificamente sobre alguns nomes que os descendentes de japoneses mais ganham no Brasil. Érica (semelhança com Eriko), Lilian, Líria (a flor lírio ou lis), Jorge (Jooji)

A conversa me fez lembrar de outro nome: Mercedes.
Triste lembrança pois vi ontem o nome de minha amiga de infância na necrologia do jornal online de minha cidade. Moreninha, filha de japoneses, ela virou alvo de gozação por ter nome de caminhão. E ela esbravejava e explicava que o nome feminino existia antes do caminhão e que ganhara esse nome em homenagem a uma tia. Ambas nasceram em Marília. E eu pensava: "Mas que coisa estranha. Além de tudo, a menina com nome de caminhão nasceu numa cidade com nome de gente!" E o nome daquela cidade veio de Marília de Dirceu. Tudo porque a próxima estação de trem deveria começar com a letra "m". E Dirceu? Antes era um nome poético, que remetia ao poeta inconfidente... Depois, a referência passou a ser um professor que tive. Mais tarde, o Dirceu Borboleta, da novela global. Agora, só nos lembra essa figura política, que de herói passou a vilão... ou será bufão?

domingo, agosto 28, 2005

Roseiras e rosas

Outro dia, recebi o texto abaixo. Repassei a algumas pessoas, entre as quais, minha amiga Alice. Alguma coisa mexeu comigo, claro. Fiquei refletindo a respeito de amizades, sobre tantas que ficaram pelo caminho... E sobre o que Alice me escreveu, em resposta.

"Velhas Roseiras"

Eu já tive milhares de companheiros e colegas.Dentre eles, fiz centenas de bons amigos.Mas nem todas as amizades duraram.Algumas pareciam sólidas como rochas, mas não resistiram aos tempos e às circunstâncias. Assim sobraram poucos amigos de infância pouquíssimos amigos de escola, poucos amigos de adolescência, poucos amigos de juventude.
E pensar que a gente brincava todos os dias, via-se todos os dias e não saia da casa um do outro...
De repente, outros afetos, outros amigos, outros interesses, outro tipo de vida longos anos de distância e mil preocupações da vida nos afastaram totalmente.
Agora não sei onde andam e os que vejo aqui e acolá são amigos de "Bom dia"...
Mas nada acontece.
A gente se respeita e se admira, mas a amizade de infância, de juventude não volta.
Mudaram eles ou mudei eu?
Ou foi a vida que nos mudou a todos?
Restam algumas amizades fiéis.
O que sei é que fiz muitos amigos e não conservei aquelas amizades.
De bons amigos que éramos, somos hoje bons conhecidos que se saúdam de passagem e se respeitam.
Às vezes nem isso.
Crescemos e nossa amizade ficou lá no passado.
E eu digo a mim mesmo:
"Feliz o homem que sabe cultivar sua roseira!
Talvez não seja tarde...
Roseiras velhas também produzem rosas lindas e viçosas.
Basta recultivá-las..."

Comentário da Alice:

Quanto à roseira, não sei quanto dura seu ciclo de vida, mas dura anos porque tenho uma roseira há uns 20 anos na outra casa. Foi minha madrinha quem me deu. Tudo depende do cuidado, do carinho com a plantinha, muito mais que adubo. Bem, sou suspeita em falar em plantas. Sem ser pessimista, chata, lamuriosa, ingrata, o que mais me agrada e me faz feliz é preparar a terra, arrancar as ervas daninhas e plantar. Colher, seja uma flor ou algumas folhas de rúcula, um punhadinho de hortelã, é gratificante e divino. Você se lembra que uma vez fomos à Bienal do Livro e, num estande de "presentinhos", havia camisetas, vestidinhos (você até havia gostado de um) e uma cortina tipo rolô pintada com umas palmeiras e um verso de Fernando Pessoa (lembro-me que copiei esse verso que falava sobre natureza, mas não sei onde guardei a tal folha escrita). Queria tanto recuperar esse verso, porque pretendia escrevê-lo no muro da minha casa que dá para a viela, onde plantei mudas diversas, desde sansão do campo (uma arvorezinha com folhas delicadas, mas bem sacana porque por trás de sua folhagem há espinhos), que é própria para cerca, algumas roseiras (recém-plantadas), hibíscos laranjas, antúrios, lírio da paz, bela-emília (um arbusto com flores miudinhas da cor azul-lilás), entre outras que não sei o nome. Tenho vontade mesmo, onde há falhas nesse corredor da viela, de plantar árvore frutífera, aliás tenho um pé de amora. Queria mesmo era ter um bosque, pequeno que fosse mas com uma jabuticabeira. Pois é, sou uma roceira metida a urbana. Hoje, me sinto melhor porque resolvi regar os canteiros de verduras da casa da Arlete. Ela havia pedido, há algum tempo, para o guarda da rua deixar a mangueira, com um chafariz vagabundo, aberta por uns 10 minutos todos os dias. Ela reclamou comigo, dizendo que ele não regou nada. Aí, hoje resolvi eu mesma pôr a mão na terra, aproveitei e replantei algumas mudas de cravos, procedentes do terreno do meu pai. Um pedacinho de nada que mexi, e ficou lindinho. Quanto à horta do meu primo, me ative a somente regar, pois ele pode não gostar de eu mexer. Sabe como é, ultimamente só tenho levado na cabeça.
Resumindo (será que consigo ser concisa?), uma roseira pode durar a vida toda de quem a plantou e, se tiver sorte, ser cuidada por outras pessoas e continuar a perfumar a vida de tantas outras pessoas. Vai depender do respeito e carinho que receber, mais do que adubo. Assim acontece com a amizade. Um amigo sobrevive se houver respeito, compreensão e carinho. Como na natureza, a amizade está sujeita a temporal ou a seca, mas há sempre uma mudinha que fica. Assim, mantêm-se vivas a natureza e uma grande amizade.

Pela primeira vez em muitos meses, estou supertranqüila! Tomara que a fase dure um tanto. Preciso!