sábado, setembro 10, 2005

Mais um sonho

Antes que me esqueça, registro aqui mais um sonho esquisito.
Desta vez foi com sr José, um senhor que foi tradutor de HQ na Ab r il. Foi ele a primeira pessoa que conheci naquela editora, justamente no dia em que fui fazer meu teste na empresa. Lembro-me até hoje daquela cena. Um velhinho careca e de óculos, com uma risada peculiar (que depois descobri que sãio reproduções de Iac, Iac, Iac do Pateta e Huá, huá, huá do João Bafo-de-Onça - sons que ele grafou pela primeira vez em português). Se naquele tempo o achava "velhinho", imagina hoje... Que nada... Ele é daquelas pessoas que não mudaram de semblante nos últimos 40 anos, desde que abandonou a vasta cabeleira dos tempos de estudante.
No meu sonho, encontrei o sr José na parte mais elevada da av sen Queirós, ali perto da Tiradentes. Ele conduzia uma garotinha mirrada de uns três anos, para quem iria mandar confeccionar um poncho de lã, em tricô ou crochê. A descrição do poncho que ele queria dar à menina era semelhante a um que eu tive quando criança: na cor azul royal, com longas franjas. Diferença é que esse tinha uma espécie de pala rendada na parte das costas. Conforme o homem descrevia, eu construía fotograficamente o tal poncho. Então, expliquei a ele o número de novelos que teria de adquirir ali na 25 de março, tomando cuidado com o tamanho dos novelos da lã Família, que é apresentado em 40 e 50g (acho que isso não é verdade).
O sonho foi de anteontem pra ontem. Na tarde de ontem, telefonei pro meu amigo. Acho que não nos falávamos desde a virada do ano. Fiquei feliz com a alegria dele ao me ouvir.

sexta-feira, setembro 09, 2005

Suposições

O que fazem as pessoas quando não gostam de algo? Muitas preferem ficar caladas pra não ofender o autor. Falo genericamente. Isso pode tanto acontecer com um texto, obra de arte ou um prato. Pois é... Alice finalmente deu uma passadinha por este blog.

Comentário dela: "Deve ser terapêutico escrever diariamente sobre diversas situações." Das duas uma: ou ela não gostou do que leu, está com a cabeça em outra dimensão ou não teve saco pra ler. Ou nem achou a página! Se ela voltar aqui, ficará sabendo o que eu penso. Eh, eh, eh! Não é possível que tenha se esquecido do meu amigo mineiro. Fomos juntas ver um show que ele organizou por aqui.

Depois de mais uma longa pausa, o Professor mostrou o nariz na Internet ontem. Sinto falta das conversas que tínhamos nas tardes em que ele trabalhava na rádio. Mudei eu ou mudou ele? Acho que ambos.

quinta-feira, setembro 08, 2005

Reencontros

Depois de séculos e muita busca, reencontrei amigos com os quais lamentei perder contato depois que debandamos do Icq.

Um deles, o Huguinho, de BH, agora virou Zezinho. Com metade do peso de antigamente, continua puto, como se audodefine. Foi muito legal retomarmos o papo, agora pelo Msn. Ele é um dos remanescentes do velho e bom Freetel, coisa de nosso jardim da infância virtual. Lembro-me até hoje da noite em que atendi a um chamado dele. "Huguinho? Só pode ser referência a Disney", pensei. E não é que acertei? Foi a partir daí a nossa identificação. Tantas coisas diferentes e ao mesmo tempo tão em comum! Muito bom rever gente assim!

Outro delicioso reencontro foi com Seawonan, minha colega de faculdade. Está linda, jovial e muito feliz com sua alma gêmea, que só localizou depois dos 60. O exemplo dela me enche de alegria e esperanças! Há quase 30 anos, aquela mulher que voltou à faculdade depois de criar os quatro filhos já era para mim um modelo a ser admirado e seguido. Só muitos anos depois, soube que boa parte daquela aparente alegria era bem superficial.
Por que demoramos tanto a nos libertarmos das amarras de um porto seguro para ir de encontro a um fantástico cruzeiro? Cada um de nós tem a sua resposta íntima. Exemplos podem inspirar, encorajar, mas nem sempre são suficientes para nos levar à decisao...

Por falar em gente interessante, finalmente Raquel resolveu mostrar a carinha. Muito diferente do que eu imaginei! Pra melhor! Só não entendo a ligaçao com Marcie...

terça-feira, setembro 06, 2005

Vida paulistana

Adoro dias de frio, desde que não sejam muitos. A garoinha também faz parte do meu cotidiano. Pequenas gotas lavando minhas janelas me dão mais tranquilidade do que Sol forte demais. Coisa de paulista, de quem aprendeu a ser paulistana. Até poluição parece nos fazer falta quando baixa. Sem falar no trânsito e barulho. Aprendemos a conviver e a amar tudo isso. Estranho, né? Mas nao tem como renegar. Aliás, é esse tempo feio que nos motiva a trabalhar em cima de um computador! Fico pensando: "ainda bem que não preciso enfrentar essa chuva e esse trânsito de véspera de feriado!"

O feed back é muito importante para quem escreve, sim! Um e-mail surpresa então... nem se fala! Um leitor inesperado, que surge do nada é o maior estímulo dos blogueiros. Principalmente para quem mantém na internet este diário secreto, atrás de um pseudônimo. Ontem resisti bravamente a nao me desvendar pra uns e outros em seus respectivos blogs.

segunda-feira, setembro 05, 2005

Semana da Pátria

Sete de setembro também lembra minha infância.
Ainda tenho guardado o macaquinho amarelo que usei quando fui baliza em um desfile.
Cantávamos e comemorávamos a semana toda, usando fitinhas verde-amarelo no bolso do uniforme.
Eu gostava de desfilar nas paradas.
Não sei quando aquilo tudo acabou...
Acho que foi antes do fim da era dos militares.

Frase do dia

Samovar pra Geórgia:

"Sua panela de cozinhar homem velho já furou faz muito tempo!"

E eu preciso jogar fora a minha! Ah, ah, ah, ah!


domingo, setembro 04, 2005

A dona da história

Depois de muito tempo, voltei a ver filmes brasileiros. Ontem assisti "A dona da história". Gostei. Minha filha até falou que eu pareço com a protagonista. Admito que tenho muito a ver, sim! Não são poucas vezes que me vejo conversando com outras "eus" que ficaram ao longo dos últimos trinta anos.
Gosto de rever cenas daquele tempo, embora eu seja de alguns anos depois. A personagem vivida por Maireta já estava no "segundo normal" em 68. Eu ainda terminava o grupo escolar.Foi naquele ano que tomei gosto pela literatura.Para enfrentar o exame de admissão, havia me matriculado num cursinho dado pela minha própria professora, a dona Maria Joana. Frequentei apenas um mês. A própria professora me dizia que não havia necessidade. Afinal, eu era a melhor aluna da classe. Mas, por precaução, meu pai e irmãos acharam melhor eu me preparar mais.Não pensei duas vezes. No mês seguinte resolvi dar destino mais interessante aos dez mil cruzeiros (a nota de Santos Dumont) que me davam pra pagar o curso. Com aquele dinheiro, poderia comer um belo sanduíche e tomar guaraná todos os dias! Um palmo de pão bengala com muita mortadela era o que comprava numa vendinha da periferia. Vez ou outra invdestia num doce "de geladeira" na Panificadora Copacabana, a mais chique de minha cidade.Outra coisa deliciosa era o danone de frutas. O de pêssego tinha um aroma inesquecível.Como dizia, tomei gosto pela literatura durante minhas fugas vespertinas. Passava pela biblioteca, pegava um livro e ficava embaixo do pontilhão, na passagem da ferrovia, acho que desativada naquele ano. A cada dois ou três dias, conseguia devorar um livro inteirinho. Meus preferidos eram de José Mauro de Vasconcelos. Já me considerava "muito grande" para Monteiro Lobato. Li também a série "Pollyana", "Diário de Anne Frank" e o fortíssimo "Diário de Ana Maria".

Passei no exame com nota que me permitiu ficar na rabeira da primeira turma: 8.8. Aos 11 anos, passei o ano todo de 69 na casa de minha irmã, que tinha dois filhos, de 9 e 6 anos. Nada vi dos movimentos estudantis de que tanto falam. Mas ao retornar a minha cidade, em 70, soube de "desaparecidos", "subversivos" e "comunistas". Subversivos eram os vilões, mais ou menos a imagem que fazem de traficantes às crianças de hoje.
No Carnaval de 71, ao som de "Eu te amo meu Brasil", conheci o salão de baile. Justamente um "subversivo" me arrastou para a folia. Ambos de calça jeans americana desbotada, de falsa boca-de-sino. Tenho a imagem fotográfica da camiseta regata marinho que eu usava e da camisa dele...
Tal qual no filme, me vejo muitas vezes conversando com aquela garota.