sábado, outubro 18, 2008

enturmar na tribo

Superando a sensaçao de ser estranha no ninho, vou novamente tentar me enturmar no mundo dos blogueiros. Quem sabe, numa faixa clonologicamente mais madura eu me acho...
Assisti à entrevista de Fal Azevedo no Sem Censura e fiquei invejosa. Vi-a tranquila e amparada pelos amigos aqui feitos. Se realizando. Sobretudo, matando essa ânsia de escrever,  se manifestar sobre tantos temas. Só quem vive de escrever pode compreender o que isso significa. Timidamente, postei alguns comentários em Drops da Fal, e a Joaninha veio aqui, me visitar.
Que mundo de gente bonita, linda, que olha sobretudo o coraçao! Gente que vive de lavar a alma!

Tô mais carente que o resto do ano neste mês de outubro. Derramo lágrimas todas manhãs. Por qualquer coisa eu choro. Muitas saudades. Sensações de Finados, talvez. Diz a tradição japonesa que nessa época os falecidos voltam à terra para ver os parentes.  Acredito nisso. Acredito que eles vieram buscar minha mãe. Vai fazer quatro anos agora, no dia 30. 

Penso, penso, penso e imagino que ela está bem. Mas imagino-a perdida nos umbrais com aquela carinha assustada, sem saber o que aconteceu.  Carinha de desespero, olhos aflitos que chamavam e buscavam por mim, só por mim no corredor do hospital na véspera de sua partida. Apertava minha mão. Peço, entao a minha amiga Ju que a ajude, que converse com ela. Peço que exista uma linguagem universal que ultrapasse as barreiras da língua. Imagino a Ju em estágio mais avançado, como o da avó da Patrícia de Violetas na Janela. Estágio em que está autorizada a ultrapassar todas as barreiras, ajudando as almas recém-chegadas a entender o processo.

Penso mais e imagino também todos meus conhecidos e parentes fofocando, rindo de mim, de minha insegurança, das minhas indagações. Aí, de repente vou até a cozinha e vejo a pirãmide de louças na pia. Maioria está lavada, mas o escorredor aguarda que as coisas ali colocadas sejam guardadas. Aí penso em correr atrás de uma faxineira. Penso em telefonar pra aquela anta ingrata que sumiu daqui há mais de um mês. Lembro-me, então, dos estresses com aquela figura paquidérmica vagando pela casa, falando sem parar de seus pobremas. Desisto e faço outros planos.