quinta-feira, abril 16, 2009

xooo, tristeza!

Tem dias em que é muito difícil conter as lágrimas, mesmo quando se trata de "problemas dos outros".
Ontem, estava aqui, ruminando meus pequenos problemas do dia a dia, as dificuldades operacionais de estar aqui maior parte do tempo sozinha, tendo que trabalhar e cuidar de uma pessoa acamada. Cochilava diante do entendiante futebol de quarta-feira (nem sei quem estava jogando). Na minha rabugice noturna, atendi ao celular, certa de que a filha comunicava mais um atraso porque mudara a programaçao para ir a casa do namorado.
De fato, era mais ou menos isso. Só que o motivo da mudança de rota foi a morte de um colega, noivo de uma amiga, em  s o te rramento. Haviam acabado de receber a notícia, por vias tortas e um grupo foi prestar solidariedade a moça.
De repente, me vi no meio das lembranças. Há pouco mais de 5 anos... Eram só alegrias nos rostos daqueles jovens. Idealistas, sonhadores. Conheci a turma de perto durante os exames físicos para ingresso na a c a d e m i a m i l i t a r.  Entre as famílias havia uma senhora mais expansiva que as demais, que contava sobre ocorridos em outros anos, candidatos que já conhecia de outros carnavais. Eu também era remanescente do ano anterior e estava ali, na torcida por minha filha.
Estranha no ninho, vi a mulher comentando que nao importaria a classificaçao, o principal era ingressar, nem que fosse em último lugar. E de fato assim foi, a filha dela, já na idade limite, fora a ultima a ser chamada... Maior orgulho para a q u el a familia... Muito esforço para cada árdua conquista. E eu... observando desconfiada, tentando descobrir quem eram aquelas pessoas.
O pai era s a r gento bombeiro, muito orgulhoso em encaminhar a filha para ser uma o f i c i a l. 
Junto ao sucesso, também um namorado maravilhoso, o genro dos sonhos, já alguns anos a frente no curso, na carreira. 
Depois, o ingresso da garota no curso de especializaçao, sendo uma das 2 únicas mulheres do grupo. Orgulho sem igual para aquela família. Para completar a felicidade, o noivado.
E no final da tarde de ontem, a notícia: ele morreu soterrado.
Triste, muito triste... Doeu na minha alma, no meu corpo, como se fosse com alguém da família. Nos meus pensamentos, o sorriso daquela garota sonhadora. Que lutou com muita garra para chegar ao vestibular, passar... e encarar o curso, no limite de sua capacidade.
Mas vou soterrar essa tragédia e me ater a tantas coisas boas que advém num momento assim. A solidariedade sem medidas...