sábado, junho 11, 2011

Dia dos Namorados e altos e baixos



Boas, ótimas lembranças.


De antigamente. A última fez 26 anos. Ainda com dores dos pontos, de coração na mão, após 11 dias de nascida, pela primeira vez deixei minha filha sozinha pra ir comprar um presente, lá na antiga Mesbla, na 24 de maio. Um relógio,daqueles de trocar pulseira. Era novidade, custava um tanto... 


A mais a mais antiga vem de quando fiz um colete azul royal. De quatro fios, aqueles usados em máquinas lanofix. Namoro proibido,oculto, delicioso. Estávamos no auge. Tinha 14 anos e ficou lindo o meu tricô, feito a mão, em ponto arroz. Tricotei em noites secretas...


Saudades dos presentes daquele tempo, do namoro de antigamente. Bons tempos em que o namorado pegava a namorada na porta e seguíamos a pé. Ela do lado interno da calçada. Como fui feliz em ser da última geração de adolescente assim cortejada. Com amassos furtivos no portão. Respeitando tabus. Respeitando pais. 
Meu primeiro grande amor floresceu numa gelada noite de São João. 


Tinha de 14 anos e estava terminando o ginásio. Ele tinha cílios muito pretos, espessos. Olhos igualmente negros. Fogoso, com hormônios a flor da pele. Olhares profundos. "Detalhes" de Roberto Carlos. "Como dois e dois". Sim... para sempre vou me lembrar. 


"Quando outro cabeludo...".. Apesar de não mais existirem cabeludos.  Pelo menos não na nossa faixa etária..rsrs.. Mas me lembrei muito quando me casei com um cabeludo... Cabeludo sem romantismo, mas que tinha um coração que batia muito forte..


O que os separou? "a razão", a mesma razão que adiou o começo de nosso namoro... e depois, aquele ciúme doentio que matou tudo que construímos.  Hoje, assim distantes 40 anos, sei que ele ainda deve se lembrar. Pode não escrever. Mas vai se lembrar dos "detalhes tão pequenos de nós dois"... e um sorriso vai marcar aqueles lábios tão marcantes... E quem diz que ele também não pode ter um blog? Facebook, vi que tem...


E hoje. véspera do Dia 12 de junho, que vontade eu tive de soltar um "eu te amo". Mas a razão me segurou...
Afinal, o que são palavras? 
Talvez seja este o verdadeiro amor incondicional... 
Que me faz calar tanto e compreender demais...
Que me faz desejar que o outro seja feliz incondicionalmente.
Mas que me faz tão feliz com três linhas sobre assunto qualquer... 
Que invoca a razão para jamais falar em amor, oh palavra maldita!
Talvez só um incondicional amor permita tanta felicidade que parece explodir em meu peito.
Que me faz culpada,
Que me faz realizada,
Que me faz justiçada...
Afinal, por que mereço tanto?
Talvez seja uma deferência especial de meu querido Santo Antônio!


E assim, peço a Santo Antônio, que dê o mesmo a pessoa mais querida por mim...
Por favor, Santo Antônio, mostre o que é um amor que arranca suspiros...
Mostre o que há de tão especial no que se chama de amor...
Mostre que não se trata de gostar de alguém que é bonzinho...
Em tudo isso, o que importa, o que vale, está muito além deste plano, deste mundo...
O que importa está nas almas que se fundem em instantes mágicos...
O que importa, não dá pra falar
O que importa, eu sinto lá no fundo de mina alma...
O que importa não tem descrição
O que imoporta se processa em instantes mágicos..


Feliz Dia dos Namorados!


Que Santo Antônio nos abençoe
Obrigada por tudo que me deu até hoje, santinho!






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Reli o post polêmico e comentários que entraram. Incrível como certas palavras denunciam as pessoas. Sobretudo quando usam erroneamente. E insistem. Palavras incomuns, sobretudo.

Tenho uma amiga que dizia: "o fruto nao cai longe da árvore".

Pois hoje eu digo... "Seria assim.. Mas e quando chega uma ventania que empurra o fruto para longe?"

Sim, rouba o fruto e joga pra fora do alcance da visão materna.
Árvores choram?
Só se fosse "Rosinha minha canoa..."
Eu chorei muito com aquele livro...

quarta-feira, junho 08, 2011

Autoanálise 1



Sou feliz, sobretudo com algumas riquezas que acumulei. Uns parcos conhecimentos de assuntos variados, mesmo que não sejam acadêmicos. A ligação que hoje eu tenho com meus irmãos e sobrinhos, que compensam a desolação que sinto ao observar a relação com minha própria filha...E os amigos. Uns muito próximos, presentes em todos os momentos, a quem recorro quando a aflição aumenta. Sempre sou socorrida, resgatada da beira do abismo. Algumas palavras de apoio, estímulo e reconhecimento são mais fortes que outras...talvez por serem pessoas de quem gostamos mais. As de meus irmãos têm muito valor.
Outro dia, no Dia das Mães, fiquei muito emocionada quando meu irmão ressaltou que sou a mais forte de todos.  Ainda tento, todos os dias, entender o porquê das coisas.. e também me lembro de minha mãe falando: "e pensar que fiquei desesperada quando engravidei de você"... foi uma maneira de ela me elogiar, eu acho. Ela tinha 41 anos e chegou a me confessar que se soubesse como, teria me abortado. Também não me ofendi com aquelas palavras, nem me choquei. Minha mãe muitas vezes não pensava muito pra falar, embora a máxima dela fosse: "palavras soltas ao vento não podem ser recolhidas"... Bom eu parar por aqui pois pior que palavras proferidas são as tecladas, né..

Acordei esquisita.. mas já me sacudi, fui pro tanque, tomei café, tirei o PP da cama sem bronquear. Noite fria, sono profundo,  escapou xixi.. aff... Mas a lembrança daquelas noites geladas no hospital me fazem achar ótima a situação em que vivemos.