sexta-feira, dezembro 13, 2013



Meus assuntos não andam chamando a atenção de ninguém. Gente de mais chorando pitangas.

Mas ontem o dia foi bacana. Começou quando telefonei para a prima de minha amiga Alice.  Ela queria falar comigo, esperando uma palavra de conforto e esperança para sua filha, que enfrenta uma bateria de exames difíceis na luta contra o câncer, que agora atingiu os ossos. Há algum tempo existia o mito de que essa fase é indicador de que se perdeu o controle da doença.  Tive alguma inspiração e consegui falar do tema, sem me abater e consegui enchê-la de esperanças. Penso que isso me deu muita luz para enfrentar meus próprios grilos.
Depois, foi dia de longas explicações sobre sequelas do AVC. Não me aborreci nem um pouco. Ao contrário, senti-me envaidecida ao constatar o tanto que eu mudei, o acúmulo de informações, conhecimentos sobre questões de saúde. Outro dia minha irmã até me perguntou se eu gostaria de ter sido médica. Era um dos sonhos de minha família, mas que nunca me passou pela cabeça seguir. É porque quando somos jovens não paramos para refletir sobre isso. Mesmo mais madura. Mesmo depois da morte de meu pai, meus irmãos e minha mãe, nada disso me preocupou. Só de 6 anos pra cá.
Quando passamos por um tsunami desse na nossa vida, não conseguimos continuar a ser a mesma pessoa. Vencer cada dia é uma luta. Ainda acordo e penso se não estou no meio de um pesadelo. Aperto os olhos e imagino que vou acordar e não foi nada disso que parece ser. Mas vejo que é muito real. Repenso e piso no chão, constatando que ele continua firme pra que eu possa me levantar. Vejo a luz lá fora. Agora pego a câmera e fotografo a imagem do dia. Envio para a rede social, compartilho e inicio meu dia. Graças a esses contatos, me sinto gente. Gente um pouco melhor do que a maior parte das outras pessoas.
Também coloco a oração do dia em um dos grupos que atuo. Sempre aquelas palavas da Campanha Espiritual me levam à certeza de que com a força de nosso pensamento, nossas convicções, podemos vencer.
Escrever continua sendo muito bom. Porém não consigo escrever nada engraçado. De repente, de novo, me lembro das pessoas pra quem telefonava e não posso mais... Daqui a pouco vou ligar pra Elena. Esperar ter a certeza de que ela acordou. Há 3 dias que adio essa ligação. Ou melhor, em duas vezes que consegui completar, não deu certo de encontrá-la. As operadoras estão com problemas na cidade dela...


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