sábado, dezembro 14, 2013

ORAÇÃO - presentes de amigas e de Deus

Este ano, novamente, fui surpreendida por um presente, um mimo que veio de Monte Alegre do Sul. Emocionante me descobrir querida... No ano passado, foi uma amiga de Goiás. Pessoas que se sentiram amparadas por mim. 

Ontem fiz esta oração com Darlene. Repeti com Célia. Muito confortante o apoio das amigas. Só então Célia me disse que ela também estaava necessitando. Tão firme, serena, segura sempre.  Também tem seus grilos. Marido e quatro filhos. Ela quer viver, ter asas, aproveitar o que gosta.  Está conseguindo, às vezes a duras penas.

Minha amiga Célia é mormon e mora no interior. Em nada difere de tantas outras mães de nossa geração. Tudo abraça e sofre calada também.

Peço a Deus que me ajude a manter a calma, a ser sábia, paciente e perseverante, que eu possa amparar sempre a minha filha, ser justa e amorosa, jamais perdendo o controle.

Senhor, dai-me essa força, a mim e a todas as mães, para que possamos atravessar tantos abismos...

Agradeço a Deus por me presentear com amigas que me apoiam nas horas difíceis e me fazem manter sempre a esperança nos acontecimentos.

Muito, obrigada, Senhor, pela saúde dada a toda minha família, meus irmãos, sobrinhos, minha filha em especial.. e também pela recuperação de meu marido até o estágio em que está.

Por favor, continue a nos abençoar com força e coragem, jamais permita que eu perca a fé que demorei tanto a conquistar.

Permita-me ser abeçoada com mais algumas graças, como no dia em que o Senhor trouxe de volta o meu marido, para que ele continue junto a esta família por mais alguns anos.

Foi essa dádiva a mim concedida, mesmo sem merecer, que me permitiu conquistar a fé, a ponto de divulgá-la junto a outros homens e mulheres.

Por isto tudo e muitas coisas que tenho feito para ser merecedora de mais bênçãos, peço-Lhe, mais uma vez, que seja bondoso comigo e me torne a cada dia uma criatura mais digna de ser Sua filha. Amém.

sexta-feira, dezembro 13, 2013

2030


​2030. As duas mulheres sorriem ao olhar pra menina compenetrada na leitura. "Música ao Longe" é o que a entretém no aparelho ITudo, acoplado aos novos óculos, muito parecido com os modelos gatinho, de há uns 80 anos. 

 Ajeitando os cabelos multicoloridos, ainda presos em coque, dona Joana relembra aquela tarde terrível em que Juraci, a filha, disse que estava grávida. Ela rezou, pediu a Nossa Senhora, a Deus, aos espíritos de luz que tudo não passasse de um alarme falso. Se não tivesse sido assim, sua netinha teria agora dezesseis anos e não apenas nove.
 Interrompe os pensamentos ao escutar um barulho de chave na porta e grita: "É o vovô chegando! Cuidado pra não tropeçar no degrau!" ​ O vovô, se apoiando em duas muletas, arrasta uma das pernas, mas consegue trazer uma pequena sacola com pães frescos. Tira um doce do bolso e entrega pra netinha, com ar de cumplicidade. Sem sacudir a cabeça, a menina abocanha o mimo inesperado.
 "Espera que vou fazer um café!" -- grita dona Joana, enquanto a Juraci se prepara pra sair. Ela terá de atravessar a cidade para chegar à universidade onde se encontrará com seu grupo de orientandos. Liga a cafeteira e, ao escuta a água do chuveiro, pela porta do banheiro sempre aberta,  a velhinha corre para seu ITudo, onde mentaliza um blog e fixa os pensamentos naquela tarde de agonia e de tantas rezas e pedidos a Deus. Viaja no tempo, conduzida pelo cheirinho de café fresco saindo da cafeteira.
Fecha os olhos, localiza o post, relê e sorri. Bastou fazer um search com a palavra ITudo, que encontrou os desabafos daquele entardecer de pensamentos difusos. Seus olhos se enchem de lágrimas ao relembrar a bênçao da noite de sexta-feira em que seus números saíram na DuplaSena e tudo mudou. Mudou principalmente quando Juraci a acordou tarde da noite pra contar a inesperada novidade.
Na verdade, foram duas novidades na noite mágica de sexta-feira 13, a última de 2013. Deus lhe dera mais uma vez a prova de que pode atender aos pedidos feitos de coração. Especialmente quando reconhece e pede perdão por tudo que a deixara tão culpada. Ao conversar consigo mesma, consultando a consciência, naquela noite, Joana vira que não cometera nenhum pecado. Nem naquele dia, com os pensamentos. Nem há 34, 30 ou 22 anos. Fora verdadeira e tudo que fizera era pelo bem da filha, em especial. 


Meus assuntos não andam chamando a atenção de ninguém. Gente de mais chorando pitangas.

Mas ontem o dia foi bacana. Começou quando telefonei para a prima de minha amiga Alice.  Ela queria falar comigo, esperando uma palavra de conforto e esperança para sua filha, que enfrenta uma bateria de exames difíceis na luta contra o câncer, que agora atingiu os ossos. Há algum tempo existia o mito de que essa fase é indicador de que se perdeu o controle da doença.  Tive alguma inspiração e consegui falar do tema, sem me abater e consegui enchê-la de esperanças. Penso que isso me deu muita luz para enfrentar meus próprios grilos.
Depois, foi dia de longas explicações sobre sequelas do AVC. Não me aborreci nem um pouco. Ao contrário, senti-me envaidecida ao constatar o tanto que eu mudei, o acúmulo de informações, conhecimentos sobre questões de saúde. Outro dia minha irmã até me perguntou se eu gostaria de ter sido médica. Era um dos sonhos de minha família, mas que nunca me passou pela cabeça seguir. É porque quando somos jovens não paramos para refletir sobre isso. Mesmo mais madura. Mesmo depois da morte de meu pai, meus irmãos e minha mãe, nada disso me preocupou. Só de 6 anos pra cá.
Quando passamos por um tsunami desse na nossa vida, não conseguimos continuar a ser a mesma pessoa. Vencer cada dia é uma luta. Ainda acordo e penso se não estou no meio de um pesadelo. Aperto os olhos e imagino que vou acordar e não foi nada disso que parece ser. Mas vejo que é muito real. Repenso e piso no chão, constatando que ele continua firme pra que eu possa me levantar. Vejo a luz lá fora. Agora pego a câmera e fotografo a imagem do dia. Envio para a rede social, compartilho e inicio meu dia. Graças a esses contatos, me sinto gente. Gente um pouco melhor do que a maior parte das outras pessoas.
Também coloco a oração do dia em um dos grupos que atuo. Sempre aquelas palavas da Campanha Espiritual me levam à certeza de que com a força de nosso pensamento, nossas convicções, podemos vencer.
Escrever continua sendo muito bom. Porém não consigo escrever nada engraçado. De repente, de novo, me lembro das pessoas pra quem telefonava e não posso mais... Daqui a pouco vou ligar pra Elena. Esperar ter a certeza de que ela acordou. Há 3 dias que adio essa ligação. Ou melhor, em duas vezes que consegui completar, não deu certo de encontrá-la. As operadoras estão com problemas na cidade dela...


quinta-feira, dezembro 12, 2013

Outras EUs

Tá difícil reencontrar aquela que levava tudo no deboche. São muitas nuvens de tristezas.
Ontem tive uma alegria muito grande. Minha amiga Alice, que raramente me liga, que raramente lê ou escreve e-mails. Ela me ligou no final da tarde. Só pra me dizer que numa hora de desalento a prima dela, que nem me conhece, teve vontade de ligar pra mim.  Porque acha que eu posso ajudar, de alguma maneira. Fiquei muito envaidecida.

Hoje respiro fundo e quero crer que faço a diferença! É essa certeza que me permite continuar.

Não faz nem uma semana. Como sempre, todos os dias, tenho saudades do meu amigo Li. Posso? Sim. Calculei. São 9 anos em sua companhia. Misteriosa, às vezes inconstante. Mas sempre um porto-seguro pra mim.  Só que as prioridades dele sempre são sempre racionais. Compreendo e gosto assim. Gostaria que ele tivesse vontade de vir aqui ler e saber o quanto eu o considero. Acho que tem medo, como Ed... Como Alice.

segunda-feira, dezembro 09, 2013

cumprindo mais uma etapa da terapia

Sim, voltar a blogar , mesmo deste modo meio capenga, é bom. Tinha me esquecido de tantas coisas...
Compartilhar as angústias, divulgar esperanças, rir e chorar junto com a escrita. É esta a minha praia, definitivamente!
Ontem socorri minha querida Alice, num momento de desespero, após se desentender com uma de suas melhores amigas, amiga que chora, que a requisita, que exige exclusividade, se enche de ciúmes. Amiga que perdeu o marido há 3 anos e ainda só chora por ele. Alice ficou esgotada e me ligou, completamente esgotada, chorando na grama do cemitério do Morumbi. Poder oferecer meu colo foi muito bom. Egoisticamente envaidecida, me senti muito importante. Amparar uma amiga é muito bom.
Paralelamente, me remeteu a outra crise semelhante com Lúcia, e disse à Alice como nós, mulheres, somos infantis, cheias de picuinhas. Amigos masculinos não são assim. Nem entre eles, nem com amigas mulheres. Disso tudo, me envaideci, me consolei, me alimentei das energias de tantos amigos que acho que tenho! Uns mais do que especiais, que me permitem sorrir, envaidecer, flutuar!


domingo, dezembro 08, 2013

Fazendo terapia da escrita

Apresentei este blog pra algumas pessoas. A primeira foi Dica, apelido de uma amiga mais ou menos recente. Creio que nos conhecemos há menos de dois anos.  O nome dela não começa com letra D, começa com A. É uma de minhas mais fiéis e constantes interlocutoras. Aos poucos ocupou parte do vazio que outros amigos deixaram. O vazio não é só de quem morreu. É também causado por uns e outros com quem não consigo mais me entender. Dica mora em Londres, é uma mulher inteligente, antenada, nos comunicamos na mesma sintonia. Ela se casou com um inglês que conheceu pela Internet. 

Quero escrever algo alegre, engraçado, pitoresco! Não consigo mais. Mas todo mundo muda, cresce, envelhece. Depois de séculos, outro dia troquei 2 mensagens com a Kate. De vez em quando vejo Marco, mas falamos muito pouco. E aquele outro meu leitor, o Lamentável? Não me lembro do sobrenome dele pra buscá-lo no Facebook. Por onde andará? Quem sabe, localizo algum e-mail dele, pelo primeiro nome...

Alguns de meus amigos mais próximos e queridos têm medo de ler aqui... Rejeitam, ignoram. Não sei se acha coisa de doido. 
Sim, minha carência me confunde, me entristece... Mas é muito bom redescobrir como o escrever é terapêutico! Trabalhar também! Não fossem esses dois alicerces, não continuaria em pé. Só que dois pés dificultam o equilíbrio. Só para bípedes. Uma mesinha ou outro objeto precisa de projeção especial para parar sobre dois pés. Com três, pode ficar quase seguro. Firme mesmo, só com 4 pés. Acho que os outros dois são saúde e dinheiro. Amor? Acho que esse transcende. Mesmo torto ou tosco, nunca me faltou. Mais de um, quase sempre. 

Fiz o primeiro parágrafo ontem à tarde. Choveu. Tomei litros de suco de maracujá e dormi gostoso. Acordei cedo demais, rolei na cama, rezei, repensei e vim pra cá. Tentarei escrever todos os dias.

Ah! Hoje pretendo mostrar este blog pra mais gente. Novas amigas que conhecem apenas uma de minhas faces.